sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sonho três

Esfreguei os olhos e bocejei por causa da hora. Era dia de pôr as coisas a lavar e ainda não me habituara ao frio da sala das máquinas. Ao meu lado, o vizinho enfermeiro colocava um cesto na sua.
- Boas, Vítor. Penteado novo?
- Toma.
Ao princípio nem vi o que era. Estendeu-me só a mão fechada.
- No princípio do mês, trato sempre de correr as farmácias e receber os meus 10%.
- O que é isso?
Uma pen. Não percebi. Não lhe pedira nada.
- Está tudo limpo, é só ligar. Tens aí tudo o que precisas. Além disso deixei o meu número directo, se estiveres aflito.
Do outro lado da janela, um beija-flor cruzava a cacimba da manhã para ir trabalhar.